Um pouco de teoria é necessário para você compreender melhor como deve planejar e o que deve nortear seu pensamento quando estiver planejando.
É de conhecimento científico uma teoria de aprendizagem chamada “Teoria da Atividade”. Ela se aplica no contexto escolar e também no contexto de uma escola cristã, pois em qualquer lugar o pensamento humano acontece sobre os mesmos fundamentos.
Por curiosidade, a “teoria da atividade” é uma teoria decorrente da psicologia histórico-cultural de Vigotsky, Lontieve e outros pesquisadores como Davidov, Lompcher, Fichtner.
A Atividade no âmbito da teoria da atividade não é qualquer ação executada por alunos na relação com seus professores ou isoladamente, independente das condições que estas ocorrem. Exemplo : copiar, fazer exercícios do livro, ouvir uma hiustória. É muito mais que isso, é mais profundo:
É um conjunto de ações que tem uma finalidade, uma motivação e uma profunda relação com a vida.
Aprender implica em apropriar-se de algo novo. Mas, o ser humano só consegue aprender coisas com as quais consiga estabelecer relações com a vida.
O processo de aprendizagem é mediado por instrumentos e signos.
Instrumentos são os objetos existentes exteriores ao sujeito. Por exemplo: um texto, um desenho, um brinquedo, uma fala.....Servem para iniciar um processo de apropriação/elaboração de um conceito.
Signos são compreendidos como instrumentos internalizados, operados a nível mental. Uma vez compreendido o conceito, consegue-se operar com ele, sem a necessidade da presença de qualquer objeto exterior (instrumentos) que remeta o sujeito a ele. Então, está-se utilizando signo. Ex., a criança já tem o conceito de lâmpada, então não é necessário apresentar uma lâmpada para ela saber o que é. Mentalmente ela imagina ao ouvir a palavra. Por isso, é importante os materiais visuais para a compreensão do que se quer apresentar à criança para que ela elabore seus conceitos.
A ação do professor sobre o processo pedagógico passa a ser uma responsabilidade enorme. O professor é o mediador no processo de construção do conhecimento. É ele que dá o suporte para o aluno aprender. Então, é necessário que ele tenha clareza quanto a concepção teórica que norteia sua prática, seja ela para o ensino secular ou cristão; que tenha uma intencionalidade, que planeje, que promova situações tendo em vista um motivo, uma finalidade e uma profunda relação com a vida. Que o aluno sinta vontade de aprender e que seja feito de forma intrigante.
Resumindo, a atividade de aprendizagem considera alguns pontos importantes :
1. Quem aprende tem que ter um motivo para aprender.
2. Veja uma finalidade em aprender
3. Sinta uma relação com a vida
4. Os alunos devem ser motivados a conhecerem o objeto. Aqui o professor utiliza-se de meios concretos para estimular a curiosidade da criança.
5. Devem partir de uma necessidade, de um problema concreto dos alunos, partir sempre dos conceitos cotidianos. O professor pode lançar uma pergunta em que os alunos são estimulados a resolverem, o aluno deve perceber o motivo da atividade, para poder se interessar por ela e querer realizá-la.
6. A apresentação do problema deve ser de forma intrigante, que estimule a curiosidade.
7. Na elaboração de uma atividade de aprendizagem, deve-se planejar com clareza e pensar quais mudanças devem ocorrer nos alunos a partir dela.
ESTRUTURAÇÃO DA ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM
( A estrutura, abaixo, é uma sugestão )
O motivo ( que tenha vinculação com a vida)
· Título
· Problema
A finalidade (que conceitos devem ser elaborados)
· Conceitos essenciais
· Objetivos
Os meios (As ações, os conteúdos)
· Conteúdos
· Atividades
· Estratégias
· Avaliação
· Bibliografia
Bibliografia
GRINSPUN, Mirian P.S. Zippin (org). Educação Tecnológica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1999.
LOMPSCHER, 1995 E CARMONA, 1998 (Palestra)
SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do do Desporto. Proposta Curricular de Santa Catarina, Florianópolis.
__________________. Tempo de Aprender: subsídios para as classes de aceleração de aprendizagem nível 3 e para toda a escola. Florianópolis: DIEF, 1999.
SILVA FILHO, João Josué da. Computadores: Super Heróis ou vilões? Um estudo das possibilidades do uso pedagógico da informática, 1998 (Dissertação de Mestrado em Educação)
Elaboração
Elisabete Régis